Bebês internados no Albert Sabin precisam de doação de leite materno

DOAÇÃO
31 de julho de 2017

Amamentar aproxima mãe e filho e o leite materno garante todos os nutrientes e proteção que o bebê precisa. "Passar toda a gravidez esperando por esse momento e não poder fazer, é muito triste", diz Damiana Fernandes da Silva, mãe do pequeno Samuel, que tem apenas 24 dias de vida. Samuel nasceu prematuro, no sétimo mês de gestação, e por isso está internado no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), do Governo do Ceará.

Enquanto a mãe se recuperava, Samuel permanecia na encubadora sendo alimentado com o leite materno doado ao Banco de Leite Humano do Hias. "É por isso que as doações de leite materno são tão importantes. Esse pequeno guerreiro nasceu de um parto difícil, está longe do colo da mãe, tudo isso afeta a recuperação. E o leite materno, indiscutivelmente, acelera o processo de recuperação", conta o médico responsável pela Unidade de Médio Risco do Albert Sabin, Fernando Benevides.

Segundo Fernando, além de Samuel, existem 35 bebês internados no Albert Sabin que também necessitam do leite humano para uma recuperação mais rápida e completa. Vinte três deles estão na ala de Médio Risco, os outros 12 na UTI Neonatal. "São bebês pós-cirúrgicos, asfixiados, prematuros. Aliás o número de prematuros tem aumentado muito nos últimos meses. Bebês com menos de um quilo, que demoram mais tempo para ganhar peso. As doações faz com que se reduza o tempo de internação e o risco de infecção", afirma o médico.

Obstáculos

Samuel, apesar de prematuro, chegou ao Albert Sabin pesando 1,6 kg. O leite enviado pelo Banco de Leite após ser pasteurizado fez com que o pequenino já ganhasse mais 100 g. Mas, para isso, teve de vencer outros obstáculos. "Como nasceu antes do tempo, a função de engolir não está bem desenvolvida. Então, no caso dele, a gente usa uma gaze para que ele possa sugar e estimular a sucção", explica a fonoaudióloga Elyne Lacerda, que também atua na ala de Médio Risco. "Acompanhamos todos os bebês com o objetivo de que eles possam mamar sozinhos", ressalta.

Com 24 dias de nascido, Samuel 24 de julho, o bebê conseguiu mamar pela primeira vez. "Era o que eu queria desde o início", disse a mãe emocionada e agradecida pelo leite materno doado, que garantiu a recuperação do filho. "Mamar ainda é um esforço grande para ele, mas a gente ajuda complementando com o leite do banco do Hias. Quando chegar a 1,8 kg, vai poder ir para a casa", explica Elyne.

Banco de leite

O Banco de Leite Humano do Hospital Infantil Albert Sabin atende de segunda a sexta-feira, das 7 às 17 horas. Além da captação do leite, a equipe multidisciplinar do Banco de Leite do Hias, formada por pediatra, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, nutricionista e farmacêutico, é treinada e capacitada para executar atividades de atendimento às mães com dificuldades para amamentar.

Através da ligação gratuita para o 0800-280-4169, as mães interessadas em doar recebem orientações sobre a retirada do leite e os cuidados com o acondicionamento. A coleta do leite doado é feita gratuitamente em domicílio. Segundo a coordenadora do BLH, a pediatra Erandy Souza, a doação de leite materno tem salvado vidas ao longo dos 12 anos do banco de leite do hospital.

"Na amamentação, os bebês recebem os anticorpos da mãe para proteção contra infecções. O leite materno diminui ainda alergias, obesidade e está relacionado ao desenvolvimento da inteligência do bebê. Considerando que nossos bebês são graves, não há dúvidas de que muitas vidas foram salvas pela generosidade de nossas doadoras. Doar é um ato de amor", enfatiza Erandy.

A médica ressalta ainda que amamentar também é importante para a saúde da mulher. O sangramento após o parto é menor, assim como os riscos de desenvolver anemia. A mulher também corre menos riscos de câncer de mama, ovário, e ainda de diabetes e infarto.

Cuidados com o leite doado

A maioria das mulheres que estão amamentando produz leite em excesso, especialmente do terceiro ao quinto dia após o parto. A produção do leite depende do esvaziamento da mama e, quanto mais a mulher esvazia as mamas, mais leite ela será capaz de produzir. Para estocar, podem ser utilizados vidros de café solúvel esterilizados. O leite deve ser conservado no congelador por até 10 dias. E caso seja descongelado, não pode ser congelado novamente. O leite doado, quando chega ao hospital, passa por um rigoroso processo de pasteurização. Só então é liberado para o consumo dos bebês.

Mais informações com a assessora de Comunicação do Hias, Diana Vasconcelos através do telefone (85) 3256-1574 ou email: imprensa@hias.ce.gov.br.

Fonte: Governo do Estado.