Apesar do alto índice de obesidade e excesso de peso, a população de Fortaleza, capital do Ceará, já demonstra hábitos mais saudáveis. De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2017, do Ministério da Saúde, quase 1 em cada 5 habitantes (19,2%) da capital estão obesos e que 53,4% possuem excesso de peso. Na contramão desses altos percentuais, a prática de atividade física no tempo livre aumentou 125,4% (de 2009 a 2017) e o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas caiu 60,3%, acima da média nacional. Ao contrário de outras capitais, o consumo regular de frutas e hortaliças caiu 10,4% (de 2008 a 2017).

“Mesmo com esta tendência a estabilidade e com o crescimento de pessoas que praticam atividade física e que estão consumindo alimentos mais saudáveis, não podemos deixar de continuar vigilantes com a população de Fortaleza. A obesidade e o sobrepeso são portas de entrada para doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, que prejudicam a saúde da população e que poderiam ser evitadas”, ressaltou a diretora do Departamento de Vigilância de Doenças Crônicas e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde (DANTPS), do Ministério da Saúde, Fátima Marinho.

Ainda na capital, o consumo de refrigerantes e sucos artificiais caiu 60,3%, ao longo dos últimos 11 anos. Em 2007, 25,5% da população de Fortaleza consumiam esse tipo de bebida. No ano passado, o índice foi para 10,1%. Na comparação entre os sexos, as mulheres foram as que mais deixaram de ingerir refrigerantes, elas apresentaram uma queda de 62,7% contra 58,6% dos homens.

A Vigitel mostrou ainda que diferente das demais capitais, Fortaleza tem diminuído o consumo regular de frutas e hortaliças. Percebe-se que a ingestão regular (em 5 ou mais dias na semana) destes alimentos caiu em ambos os sexos, e a queda geral foi de 10,4% no período de 2008 a 2017.

Para avaliar a obesidade e o excesso de peso, a pesquisa leva em consideração o Índice de Massa Corporal (IMC). Por meio dele, é possível classificar um indivíduo em relação ao seu próprio peso, bem como saber de complicações metabólicas e outros riscos para a saúde.

O Vigitel é uma pesquisa telefônica realizada com maiores de 18 anos, nas 26 capitais e no Distrito Federal, sobre diversos assuntos relacionados à saúde. Assim, entre fevereiro e dezembro de 2017, foram entrevistados por telefone 53.034 pessoas.

Ações para incentivar consumo de alimentos saudáveis

O incentivo para uma alimentação saudável e balanceada e a prática de atividades físicas é prioridade do Governo Federal. O Ministério da Saúde adotou internacionalmente metas para frear o crescimento do excesso de peso e obesidade no país. Durante o Encontro Regional para Enfrentamento da Obesidade Infantil, realizado em março, em Brasília, o país assumiu como compromisso deter o crescimento da obesidade na população adulta até 2019, por meio de políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional; reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta, até 2019; e ampliar em no mínimo de 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019.

Outra ação para a promoção da alimentação saudável foi a publicação do Guia Alimentar para a População Brasileira. Reconhecida mundialmente pela abordagem integral da promoção à nutrição adequada, a publicação orienta a população com recomendações sobre alimentação saudável e consumo de alimentos in natura ou minimamente processados. Em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), o Ministério também conseguiu retirar mais de 17 mil toneladas de sódio dos alimentos processados em quatro anos. O país também incentiva a prática de atividades físicas por meio do Programa Academia da Saúde com mais 3.800 polos habilitados.

Fonte: Ministério da Saúde.