Foi realizada, na última quarta-feira (26), na Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, a Segunda Audiência Pública sobre Saneamento Básico e Fracking. Na oportunidade, foram abordados os avanços, os recuos, os projetos e os encaminhamentos para as presentes e futuras gerações, além de uma avaliação atual das ações implementadas na área, com impacto em toda a região.

O presidente da Associação das Gestões Ambientais Locais do Estado do Ceará (Agace) e superintendente da Autarquia do Meio Ambiente de Juazeiro do Norte (Amaju), José Eraldo Oliveira Costa, abordou questões ligadas à Política de Saneamento Básico. Foi enfatizada a importância de investimentos na área para o Cariri. Outro ponto de discussão foi sobre a destinação dos resíduos sólidos, a forma de coleta e seu devido destino, reciclagem etc.

José Eraldo Ainda ressaltou a importância do tratamento dos resíduos sólidos através de políticas públicas transversais, visto a necessidade da destinação específica de cada tipo de resíduo. O secretário destacou a luta pela implementação de projetos ambientais na região do Cariri e citou alguns exemplos exitosos como a coleta seletiva de pneus, onde os mesmos são recolhidos em parceria com uma empresa que transforma o material em piso sintético. “Até o momento foram recolhidos na região sete carretas de pneus inutilizados, reduzindo alguns problemas que existiam como o alto índice de dengue em Juazeiro”, afirmou, frisando que a iniciativa pode e deve ser pensada de forma regional, de modo a beneficiar todos os municípios circunvizinhos.

Fracking

Outro tema discutido foi os danos do extração de gás xisto através do método não convencional de fraturamento hidráulico (Francking ) à saúde e ao meio ambiente de uma forma geral, mostrando os índices de câncer no Paraná devido ao processo. Foi discutido um projeto na câmara de vereadores que regulamenta o uso e a ocupação do solo. O projeto proíbe que esse tipo de extração possa ser desenvolvido e impede a extração do gás do subsolo no município, de modo a evitar a contaminação das águas do Cariri.

Importante ressaltar que a câmara legislativa de Aracati, litoral cearense, já aprovou o projeto de lei que impede que a extração seja executada no município. Em todo o Brasil, mais de cem municípios já tomaram a iniciativa e proíbem a prática. O temor é que assim como em cidades no Paraná e na Argentina o solo e as águas sejam contaminadas e inviabilize a produção agrícola e o abastecimento.