Butantan prevê entrega de mais 4,8 milhões de doses da Coronavac para próxima semana

VIGILÂNCIA EM SAÚDE
21 de janeiro de 2021

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estima para sexta-feira, 22, concessão da autorização para uso emergencial das unidades de Coronavac produzidas no Brasil pelo Instituto Butantan, a partir de insumos vindos da China. Com a autorização, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, prevê o fornecimento de mais 4,8 milhões de doses da Coronavac para a próxima semana.

O material disponível no País para a produção de mais imunizantes, no entanto, já foi praticamente todo consumido, segundo Covas, presente em coletiva nesta quarta-feira, 20. “Dependemos de importação de quantidades adicionais de matéria-prima”, afirmou.

Covas disse que há 5,4 mil litros de insumos para a produção de vacinas prontos na China, “que darão origem a 5 milhões de doses”. Segundo Covas, “haverá uma nova partida de 5,5 mil litros” que deverá, conforme expectativa, ser entregue em 10 de fevereiro. Ele pediu que o governo federal auxilie as tratativas com o governo chinês para acelerar a liberação das matérias-primas, citando o presidente Jair Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Tanto o presidente quanto o ministro das Relações Exteriores têm protagonizado episódios de ataque à China, que podem ter contribuído para o atraso na remessa de insumos.

Ainda segundo Covas, diante do atraso já anunciado para a liberação de insumos para a Fiocruz, que estava prevista para janeiro mas só vai ocorrer em março, as vacinas do Butantan são as únicas disponíveis. “Isso coloca o Butantan sob a responsabilidade de ser o único fornecedor de vacinas”, disse o presidente, ao pedir novamente ajuda do governo federal.

“Espero que a promessa de 300 milhões para o Brasil seja cumprida. Essas vacinas é que vão mudar o curso da pandemia. Infelizmente, não tenho enxergado essa perspectiva. Só tenho enxergado as 46 milhões que cabem ao Butantan. Precisamos de ação das nossas autoridades para termos essas doses”, pontuou.

“Aguardamos liberação dos insumos da China para nossa produção local”, disse Covas, que afirmou depender de uma quarta instância chinesa a liberação da importação dos insumos. “Apelo ao presidente para acelerar entendimentos”, completou. Segundo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o País “precisa estar mobilizado para trazer os insumos da China”.

Para Doria, o escritório de negócios do governo paulista em Xangai, na China – inaugurado em agosto de 2019 – “abriu novos canais para a liberação de insumos da Coronavac”. “Trabalhamos com a China, que confia no governo de São Paulo, independentemente do governo brasileiro”, disse o governador.

Segundo Doria, a fábrica, em instalação pelo Instituto Butantan e prevista para início no segundo semestre, não recebeu um centavo do governo federal. “Se não fosse o Butantan, não teríamos ainda vacina contra a covid-19 no Brasil”, afirmou Doria. “Fomos o 64º país a iniciar imunização, mas poderíamos ter sido um dos primeiros se não fosse o negacionismo”, completou.

Doses no Brasil

No momento, o instituto aguarda liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que seja feita a liberação de 4,8 milhões de doses do imunizante, já em solo brasileiro, em adição aos 6 milhões já liberados. Segundo afirmou Covas, a Anvisa solicitou mais esclarecimentos para análise deste novo pedido de uso emergencial.

“Esperamos que a liberação de pedido saia logo para continuarmos com cronograma”, afirmou Covas durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Fonte: O Povo

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