Ceará zera fila de transplantes de córnea

SAÚDE
08 de dezembro de 2016

Depois de 34 anos realizando transplantes de córnea, o Ceará zerou a fila de espera. Desde a implantação da Central de Transplantes, em 1998, foram realizados no Estado 8.624 transplantes de córnea. Até a última segunda-feira, 06, 1.183 somente este ano.

 “Fila zero” de córnea é uma meta estabelecida pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) e indica a situação em que o paciente que precisar de um transplante não necessita esperar pelo tecido porque ele já está disponível para a cirurgia.

O Estado realizou nos últimos três meses, 136 transplantes em setembro, 161 em outubro e 140 em novembro. Nesse tempo, a fila de espera diminuiu de 246 pacientes em setembro, 51 em outubro e 76 em novembro. O mês de dezembro começou com 57 pacientes prontos para o transplante. De acordo com o Ministério da Saúde: “Considerando os dados, o Ceará está com sua lista de córnea zerada”.

O Ceará, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT) está posicionado como o segundo estado que mais realiza transplantes de córnea no país. Com taxa de 132,1 transplantes por milhão da população (pmp), está entre os cinco, além do Distrito Federal, que ultrapassaram os 90 transplantes de córnea pmp. Este ano, em outubro, o Ceará já registrava o maior número de transplantes de córnea realizados em um ano no Estado, superando os 831 transplantes de todo o ano de 2015. O número de transplantes de córnea ajudou o Estado a estabelecer novo recorde de transplantes de órgãos e tecidos.

De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes da Secretaria da Saúde do Estado, Eliana Barbosa, o grande diferencial deste ano foi o número de transplante de córneas. “A implantação de novos bancos já colocou o Ceará em segundo lugar no transplante de córneas no Brasil”, confirma.

Além do Banco de Olhos do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), funcionam atualmente o Banco de Olhos do Ceará, em Fortaleza, e o Banco de Olhos da Santa Casa de Misericórdia de Sobral. Eliana Barbosa também destaca a implantação do núcleo de captação de córneas na Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce).

Transplante de córnea

No transplante de córnea lamelar posterior, apenas a camada endotelial, disfuncional, da córnea é substituída por tecido doador saudável, sem a necessidade de cortes na superfície ou pontos. O transplante de córnea “tradicional”, a Ceratoplastia Penetrante, é um procedimento mais invasivo, no qual todas as camadas corneanas, inclusive as não doentes, são transplantadas. Nos casos em que é indicada, essa técnica proporciona um resultado refrativo e visual mais rápido e melhor, se comparado com os transplantes de córnea convencionais, também chamados transplantes penetrantes, que requerem tempo de recuperação do paciente de até um ano.

Conhecida por DMEK (Descement Membrane Endothelial Keratoplasty), a técnica de transplante lamelar proporciona grandes benefícios para o paciente transplantado. A recuperação é muito mais rápida. Como não há necessidade de suturas, a refração se estabiliza de forma mais rápida. Em geral, em torno de um mês a maioria dos pacientes está com 75% ou mais de visão. O tempo cirúrgico também é um fator beneficiado pelo novo sistema, uma vez que o transplante de córnea penetrante dura em média uma hora, contra 15 minutos para o lamelar ser concluído. A possibilidade de rejeição é pequena e a reação inflamatória intraocular mínima.

A córnea é a superfície transparente que cobre o centro do olho e constitui a sua importante lente. Quando a córnea se torna opaca por doenças, trauma, infecção ou outra causa, a visão pode diminuir drasticamente. Como não existe um substituto para este tecido, o transplante depende exclusivamente da doação de córnea. Em 2015 o Ceará bateu o seu próprio recorde de transplante de córneas com a realização de 831 procedimentos. Desde a criação da Central de Transplantes do Estado, em 1998, foram realizados no Ceará 7.653 transplantes de córnea no Ceará.

Com informações do Governo do Estado.

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