Na manhã desta segunda-feira, 24, o Comitê Integrado de Combate a Estiagem no Estado do Ceará realizou coletiva de imprensa para divulgar o novo prognóstico de chuva no Ceará, realizado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), e o balanço geral das ações de combate à seca em todo o Estado. A Aprece foi representada por seu presidente em exercício, Expedito José do Nascimento, e pelo tesoureiro Geral da entidade, Nilson Freitas.
De acordo com a Funceme, a previsão é que haja chuvas abaixo da média até maio, com uma porcentagem de 40% e de ficar acima da média é de apenas 20%. A fundação afirma que a situação ainda é preocupante no Ceará, pois em janeiro todas as regiões do Ceará registraram chuvas abaixo da média e, em fevereiro, só na Região do Cariri houve precipitações em torno da média.
É provável que, na região Centro-Sul cearense, as chuvas permaneçam abaixo da média, segundo os dados coletados pelo órgão. Nos Sertões de Inhamuns, a tendência é que a quantidade de chuvas fique em torno da média. No entanto, a fundação reitera que, para a região, a média significa quantidade de chuvas muito baixa. A média de precipitações no período apresentado (março a maio) no Ceará é de 480,2 milímetros.
Segundo o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins, mesmo que as chuvas fiquem em torno da média em todo o Estado (diferente do que está sendo previsto), elas não estarão produzindo subsídio suficiente para os principais reservatórios de água do Estado. Eduardo Sávio, afirmou ainda que, 51 reservatórios do Estado estão com menos de 10% de abastecimento hídrico total, e outros 106 estão com menos de 30% da capacidade máxima.
Seca
De acordo com o titular da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Nelson Martins, mais de mil carros-pipa estão abastecendo o Ceará e 170 mil cisternas estão funcionando para garantir o abastecimento em diversas cidades do Estado. Segundo o secretário, 121 mil agricultores estão cadastrados no programa Garantia-Safra e irão receber um benefício de R$ 850 caso 50% da safra seja perdida. As maiores preocupações são com o nível dos reservatórios hídricos e com a agricultura.
Ainda durante a reunião do Comitê Integrado da Seca, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), apresentou um balanço de ações emergenciais de enfrentamento à estiagem no Estado. As regiões com piores perspectivas de abastecimento serão contempladas com nove adutoras, que estão em fase de planejamento. Segundo a Cogerh, os equipamentos emergenciais serão construídos em Canindé-Caridade, Crateús-Novas Russas, Tauá, Caririaçu, Irauçuba, Alcântaras, Potiretama, Maranuape e Quiterianópolis. O investimento total é de R$ 154,2 milhões.