Criação de Sistema Integrado de Combate ao Aedes no Ceará é discutida

SAÚDE
16 de março de 2017

A Frente Parlamentar de Combate ao Mosquito Aedes aegypti da Assembleia Legislativa do Ceará debateu, na última terça-feira (14), a implantação de um projeto piloto do Sistema Integrado de Combate ao Aedes (Sicae) no Ceará. O presidente da frente, deputado Carlos Matos, informou que, no dia 28, será realizada uma oficina para debater o projeto, que “tem chance de se tornar uma experiência nacional”, conforme o parlamentar. Durante a reunião também foi definida a realização de um seminário de enfrentamento ao mosquito.

“Na frente parlamentar percebemos que, para termos um sucesso mais pleno, não deve ter ação só de governo. Devemos engajar a sociedade para superar esse desafio. Há necessidade de maior integração entre os poderes municipal, estadual e federal. Precisamos também de ação para além daquelas que estão sob responsabilidade do secretário da Saúde”, afirmou o deputado.

Carlos Matos informou que o projeto piloto deverá agir em quatro eixos: mobilização da sociedade de forma orgânica, com engajamento de todas as instituições; comunicação, envolvendo todos os setores da área; revisão das políticas públicas, que deverão agir de forma diferente para vencer o mosquito Aedes aegipty; ações estruturantes nos municípios, como saneamento básico.

Inicialmente, o Sicae seria implantado em pelo menos 10 municípios cearenses, até contemplar todas as 184 cidades. Ainda de acordo com o deputado Carlos Matos, durante reunião em Brasília, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Adeilson Loureiro, mostrou-se entusiasmado com a ideia e reconheceu a necessidade de um esforço diferenciado do Ministério.

Para compreender melhor o Sicae, Loureiro virá ao Ceará nos próximos dias 27 e 28 de março, juntamente com uma equipe de técnicos do órgão. Adeilson deve se reunir, por intermédio da frente parlamentar, com o secretário da Saúde do Estado, Henrique Javi, e outros profissionais da saúde.

Para o assessor técnico da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Nélio Morais, a intenção do projeto piloto é buscar novas ações para investir, em nível operacional, e obter resultados mais concretos. “Temos uma luta de 31 anos contra o Aedes aegipty no Brasil. Muitas respostas ainda não temos. É preciso buscar alternativas que possam de uma vez consolidar o processo de controle, hoje, não apenas da dengue, mas da febre chikungunya e do zika vírus”, afirmou.

Segundo Nélio, as ações devem ser voltadas ao controle vetorial, uma vez que a biologia e o ciclo reprodutivo do mosquito já são conhecidos, mas ainda não foi possível debelar por completo a população do Aedes. O assessor técnico destaca ainda que o desafio é grande, pelo fato de o Brasil ser um país com déficit significativo em saneamento e educação.

Outra deliberação do encontro foi a realização do seminário “Chikungunya: Conhecer para Prevenir e Combater – Experiências e atitudes para o enfrentamento do Aedes aegypti”. O evento ocorrerá no dia 27 de março, das 8h às 17h, no auditório João Frederico Ferreira Gomes da AL. (Inscrições AQUI).

No encontro, foi apresentada a programação do seminário, que recebeu sugestão de ajustes. Segundo Carlos Matos, a proposta do evento é mobilizar prefeitos e secretários municipais envolvidos com a causa da chikungunya no Ceará.

A reunião da frente parlamentar contou ainda com a participação de representantes da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (COSEMSCE), Núcleo de Controle de Vetores do Ceará (Nuvet), Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Fonte: Assembleia Legislativa do Ceará