Em mais uma edição de sua Quinta com Debate, a Aprece colocou em discussão, nesta quinta-feira (11), os Desafios da Gestão em Saúde no Enfrentamento ao Coronavírus. A live, transmitida ao vivo pelo canal da entidade no Youtube, contou com a participação do secretário sxecutivo de Políticas em Saúde da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), Marcos Gadelha, representando o secretário, Dr. Cabeto. A Aprece foi representada por seu presidente, Nilson Diniz, e por seu consultor em Saúde, João Ananias Vasconcelos. Os demais debatedores foram: o Secretário Executivo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, representando o presidente Willames Freire; e a presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems/CE), Sayonara Cidade.
Em sua fala inicial, o presidente da Aprece falou sobre a preocupação com o crescimento do número de casos da Covid-19 no interior do Ceará e ressaltou a importância das reuniões virtuais que foram realizadas, com o apoio da entidade, pelo governador Camilo Santana com os prefeitos de todas as Macrorregiões de Saúde do Estado. Ele fez questão de ressaltar que os prefeitos e os secretários de Saúde estão atentos às diretrizes estabelecidas pelo Governo do Estado e pelas autoridades sanitárias no sentido de serem adotadas medidas que barrar a propagação do vírus. Nilson Diniz também citou a dificuldade e a preocupação com a realização das eleições municipais nesse período de pandemia, frisando que a saúde e a vida da população devem ser prioridades máximas.
João Ananias Vasconcelos fez uma retrospectiva dos desafios da Saúde, no momento da própria criação do Sistema Único de Saúde (SUS), fazendo um paralelo com a difícil realidade vivenciada atualmente por conta pandemia, principalmente no que diz respeito ao financiamento da assistência em saúde. Ele fez questão de enfatizar a importância do trabalho articulado entre Estado, prefeituras, Aprece e Cosems/CE, uma vez que as dificuldades são crescentes e a necessidade de ações planejadas e alinhadas é indiscutível.
As dificuldades enfrentadas pelos municípios, no que diz respeito à alimentação dos dados relativos à doença no IntegraSUS e ao encaminhamento de pacientes para as unidades de saúde, entre outras, foram citadas por Sayonara Cidade. Ela também criticou a postura do presidente da república, marcada por condutas e decisões desconectadas das ações realizadas no Ceará e preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Outra dificuldade muito grande é a própria falta de conscientização de grande parte da população”, acrescentou, citando os recem abertos shoppings lotados, a despeito da população estar adoecendo gravemente. Outra questão pontuada foi a própria insegurança gerada pela própria Covid-19, que é nova e ainda desconhecida, bem como pelas fragilidades do SUS, no que diz respeito ao número de leitos e à oferta de serviços, que estão subfinanciados.
Mauro Junqueira reforçou que o atual momento é único e demasiadamente crítico para os prefeitos de todo o país, principalmente em ano eleitoral. De acordo com ele, os municípios brasileiros colocaram R$ 31 bilhões na saúde, além do mínimo constitucional. “São eles [municípios] que sustentam hoje o SUS”, enfatizou, enumerando pontos como a alta rotatividade de ministros da Saúde, o aumento abusivo de preços dos insumos de saúde pelo mercado como alguns dos inúmeros problemas enfrentados pelas gestões municipais no atual cenário. O secretário executivo do Conasems citou que, após a dificuldade inicial com a falta de respiradores e leitos, hoje um problema sério tem sido a escassez de medicamentos e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).
Marcos Gadelha ressaltou a importância da liderança nesse momento de enfrentamento. “A capacidade de articulação interfederativa na atual situação é fundamental. O Ceará, com a ajuda da Aprece e do Cosems, tem se destacado em suas ações junto aos municípios, mas o Governo Federal tem falhado muito, expondo uma fragilidade enorme na governança que existe hoje no SUS”, disse. Ele defendeu que as tomadas de decisão em todas as esferas do poder devem ser, além de alinhadas, baseadas em dados técnicos, científicos e epidemiológicos. Sobre críticas feitas ao IntegraSUS, o Secretário Executivo da Sesa/CE falou que é preciso aprender a trabalhar de forma conjunta para solucionar o desalinhamento existente hoje no sistema. Um dos vários pontos apontados por ele como críticos foi a população de alto risco e/ou residente em áreas de risco, que deve ser prioridade nas ações governamentais.
Por Coordenadoria de Comunicação e Marketing (COMAK/Aprece)