O município de Pedra Branca, distante 262 Km de Fortaleza, tem se destacado no controle do Aedes aegypti. Algumas ações fizeram da cidade um exemplo para o restante do Brasil, e a experiência exitosa chamou a atenção dos parlamentares que integram a Frente Parlamentar de Combate ao Aedes Aegypti da Assembleia Legislativa do Ceará.
O presidente do colegiado, deputado Carlos Matos (PSDB), e a deputada Fernanda Pessoa (PR), que integram a Frente, foram conhecer in loco as ações adotadas pelo município para enfrentar o mosquito. Além do prefeito municipal, Pedro Paraibano, também participaram da visita, o ex-secretário de Saúde do Estado, Carlile Lavor; a assessora jurídica da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Nayany Freitas; e a supervisora do Núcleo de Controle e Vetores da Sesa, Roberta Oliveira.
Há 14 anos Pedra Branca não tem nenhum caso de dengue confirmado.Além do trabalho de conscientização junto à população, os 35 agentes de endemias do município realizam ciclos mensais de visita às casas (ciclo menor do que recomendado pelo Ministério da Saúde que é de dois meses); monitoramento ambiental por meio de Ovitrampas (armadilhas para captura de ovos de mosquitos).
Pedra Branca também possui um Laboratório Municipal para análise dos ovos de mosquitos; trabalho mecânico de eliminação de criadouros a partir da priorização do monitoramento ambiental/laboratorial e uso da Piaba Rabo de Fogo nos reservatórios sem tampa, que comem até 150 larvas do mosquito por dia. Esse trabalho de prevenção, também conhecido como tratamento biológico, é considerado o carro-chefe do município. "Aqui nós não utilizamos larvicidas. Nossos principais aliados são os agentes de endemias e a população", explica o coordenador dos agentes de endemias do município, Donizete Alves.
Para o presidente da frente parlamentar, que visitou o setor de endemias, onde funciona o laboratório de análise de larvas, o objetivo é conhecer a experiência de outros municípios que não estão conseguindo controlar a epidemia de dengue. Uma audiência pública deve ser realizada na Assembleia Legislativa para discutir o assunto. "Nós estamos classificando, com a ajuda da Sesa, os municípios com maior índice de infestação. A partir disso, vamos começar o trabalho de convencimento junto às cidades que não estão entendendo a gravidade do problema", avalia.
"Os deputados estão colaborando com uma discussão rica sobre o assunto. Entre os muitos desafios que nós enfrentamos, a descontinuidade do trabalho de prevenção nos municípios é o mais preocupante", pontuou Roberta Oliveira. Para ela, o trabalho da Frente Parlamentar de Combate ao Aedes Aegypti vai contribuir para o trabalho de prevenção e de erradicação do mosquito.
Com informações da AL/CE.