Oficina da Aprece discute alternativas viáveis para a correta destinação de resíduos sólidos

ENCONTRO
22 de junho de 2017

A Gestão Municipal de Resíduos Sólidos foi o tema de mais uma Oficina realizada, nesta quinta-feira (22), pelas Redes Técnicas da Aprece. Na oportunidade, foi discutida uma metodologia para implantar ações baratas e simples que resultem em uma política de pré-aterro, na perspectiva de adotar alternativas viáveis para o futuro fim dos lixões.

 A capacitação aconteceu, durante todo o dia, no auditório José Amorim Sobreira, na sede da entidade, contando com a participação de representantes de dezenas de municípios cearenses. Entre eles, secretários municipais de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente e secretários municipais de Infraestrutura e também de Educação.

Durante a oficina, foi ressaltado que a metade do lixo produzido no interior do Estado é composta de matéria orgânica – restos de comida e poda, e que tudo isso pode se transformar em composto e adubo, com destinação garantida na agricultura. É, portanto, possível reduzir pelo menos 50% daquilo que iria para o lixão ou o aterro transformando tudo em adubo.  As discussões realizadas na oficina da Aprece apontaram, ainda, para as vantagens da criação de unidades de triagem municipais – onde os catadores são aproveitados e retirados dos lixões; o Conselho Tutelar é acionado para ajudar na retirada das crianças e a Zoonose dos animais; sendo possível, ainda, ter grandes ganhos na saúde pública, por exemplo, com a diminuição dos focos de mosquitos transmissores de doenças graves.

“Já realizamos estudos que comprovam que um município de porte pequeno, como a maioria do interior cearense, enquanto precisaria de 4 a 6 milhões de reais para construir um aterro, pode fazer um centro de triagem para separar o material para a compostagem com valores entre R$ 350mil e R$ 400mil. Ou seja, resolve metade do problema com apenas 10% desse orçamento”, exemplificou Nicolas Fabre, analista de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente da Aprece.

Agora o ganho é ainda maior se o município juntar compostagem, produção de biogás e outras tecnologias para tratar desses 50% de material orgânico e ao mesmo tempo estruturar galpões em escala municipal para pelo menos concentrar materiais reutilizáveis como papelão, vidro, etc – que variam de 20% a 30%. Com a implantação de uma política descentralizada, dos 100% de lixo produzido só se coloca cerca de 20% aterro – ou se multiplica por 5 a vida útil do aterro ou se divide por 5 o investimento com esse aterro, em se falando de tamanho do mesmo.

 “A Aprece, a Agace e o próprio Ministério Público entendem que, apesar de qualquer atraso do Estado ou da União para a implantação dos aterros, tudo o que remete a essa política de pré-aterro pode e deve ser feito pelo gestor que dispõe de capacidade técnica e até financeira para isso.”, conclui Nicolas Fabre.

A programação matinal da capacitação contou com mesa redonda sobre Gestão Municipal de Resíduos Sólidos, da qual participarão Jaqueline Faustino, representante do Ministério Público Estadual; Tarcísio de Paula Pinto (Diretor da empresa I&T, contratada pela SEMA para implantar a coleta seletiva nos municípios); e Eraldo Oliveira (presidente da AGACE). No período da tarde, Tarcísio de Paula Pinto e Eraldo Oliveira abordaram os aspectos legais e técnicos do planejamento para implantação da coleta seletiva e Centros de Triagem. Andréa Monteiro do Instituto Socioambiental Chico Mendes também palestrou na segunda metade do evento.

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