Próximo trimestre deve ter chuvas dentro da média no Ceará

PREVISÃO
22 de fevereiro de 2017

Em março, abril e maio, o Ceará tem 43% de chances para que o volume de chuvas fique dentro da normalidade. O que significa ter uma média de chuvas próxima de 482 milímetros (mm) na soma das precipitações dos próximos três meses. Este é novo prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), divulgado na última terça-feira (21), durante reunião do Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Ceará (Conserh), em Fortaleza.

A Funceme prevê, ainda, 20% de chances de atingir a categoria acima da média e 37% de abaixo da média. A análise reforça o primeiro parecer, apresentado em janeiro pelo órgão, que apontava um cenário com mais precipitações, no entanto, não exclui a preocupação com a escassez de chuvas nas regiões dos açudes estratégicos para o abastecimento do Estado.

“Apesar dos números apresentados para todo o Estado, a tendência é de que a quadra seja insuficiente nas bacias do Médio e Baixo Jaguaribe, Salgado e Banabuiú”, aponta o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins. Ele estima que a porção Norte do Ceará pode receber chuvas acima da média, enquanto o Sudeste pode enfrentar volumes inferiores à normal climatológica. Dadas as temperaturas superficiais dos oceanos Pacífico e Atlântico nas últimas três semanas, a condição não é ideal para o posicionamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). “Assim, o principal indutor de chuvas no Ceará tende a atuar mais ao Norte do Estado”, explicou.

Maiores açudes

Para os trimestres diferentes, os modelos de previsão permanecem basicamente nos mesmos padrões apresentados em janeiro. Repete-se também a preocupação com a recarga dos reservatórios, pois as regiões que tendem a ter chuvas abaixo da média são estratégicas para aportes do Castanhão, do Orós e do Banabuiú. Reservas que estavam, até ontem, com 5,03%, 10,8% e 0,5%, respectivamente.

As ações e o gerenciamento das águas dependerão das chuvas dos próximos meses. Principalmente de março e de abril, que historicamente apresentam maior pluviometria, destacou João Lúcio Farias, presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Segundo Farias, o Governo está em fase de estudos para a construção de 16 adutoras emergenciais em cidades a serem selecionadas de acordo com a demanda hídrica. Em paralelo, a perfuração de poços deve atender todas as regiões do Ceará.

Recarga

João Lúcio explicou que houve uma importante recarga nas 12 bacias do Estado nos últimos meses. No ano de 2017 já foi registrado um aporte total de 105,34 milhões m³. "É importante porque diminui a evaporação e tem um aporte aos açudes. Então aguardamos os meses de março e abril, que são os mais chuvosos, onde aguardamos uma recarga ainda melhor", disse.

Em dezembro de 2016, as precipitações ficaram 10% abaixo da média histórica do período. Em janeiro ficou com desvio negativo de 31%. Em fevereiro já alcança um valor maior que a média desse período, de 124.4mm, com aumento de 4,9% do período. A Funceme afirma que a Zona de Convergência Intertropical, responsável pelas chuvas dos últimos meses, deve se afastar do Ceará.