O teste rápido para diagnóstico de leptospirose começa a ser oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Durante a implantação do teste, o Ministério da Saúde vai avaliar sua efetividade comparada com os demais métodos já existentes na rede. Com o kit diagnóstico, é possível obter resultado em até 20 minutos. O novo kit é de fácil uso, com a vantagem de ser uma opção portátil, rápida e de aplicação individual.
“É muito importante termos esses testes rápidos, que permitem diagnosticar a doença em uma fase inicial, sem complicações ainda maiores. O teste é semelhante ao teste de gravidez, onde você coloca uma gota de sangue e, em 20 minutos, sai o diagnóstico, permitindo ao médico fazer uma intervenção rápida com os medicamentos corretos”, destacou o pesquisador da Fiocruz, Mitermayer Galvão dos Reis.
O exame será executado em ambiente hospitalar, para auxiliar e dar oportunidade ao tratamento específico da doença. A região Sudeste vai ser a primeira a integrar o projeto de implantação devido às chuvas acentuadas que vem atingindo Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. As inundações favorecem a ocorrência de casos de leptospirose.
“Tradicionalmente, a leptospirose era considerada uma doença rural, mas as mudanças populacionais e ambientais, associadas a variações climáticas recentes, levaram ao quadrante genealógico urbano. Então, hoje no Brasil, o maior número de casos de leptospirose acontece nas grandes cidades, como Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Belém”, disse Mitermayer.
Doença e diagnóstico
A leptospirose é uma doença causada por bactérias do gênero Leptospira spp. Durante os períodos de chuvas e enchentes, a bactéria expelida através da urina dos ratos, presente nos esgotos e bueiros, mistura-se à inundação e penetra no corpo através da pele, principalmente por ferimentos, mas também com a pele íntegra, se imersa por longos períodos.
Comumente confundida com outras doenças febris, como dengue, a leptospirose é caracterizada por sintomas como dores de cabeça e no corpo, podendo manifestar vômito, diarreia e tosse. Na fase tardia da doença, ocorrem manifestações mais graves, como pele e olhos amarelados, sangramento e alterações urinárias. A letalidade chega a cerca de 10%.
Com informações da Fiocruz e da A Voz do Brasil