Após cinco meses de greve, o retorno das aulas na Universidade Estadual do Ceará (Uece) está confirmado para esta quarta-feira (26). A decisão foi tomada na última sexta-feira (21) durante assembleia geral dos professores da Instituição, que acataram o termo de compromisso assinado pelo Governo do Estado, com 11 temas centrais.
Logo após o anúncio do fim da greve, a Uece liberou um novo calendário acadêmico, com adaptações para os períodos 2016.1, 2016.2, 2017.1. A instituição prevê três anos para recuperar as aulas perdidas durante o movimento grevista.
Apreensão
Alguns alunos estão apreensivos com o novo calendário, como Thaynar Soares. Ela, que é estudante de Enfermagem, afirma que já estava sem esperança que aulas retornassem ainda este ano. "Espero que os professores consigam contemplar todos os assuntos sem atropelos, já que o calendário acadêmico ficou tão apertado", diz a estudante.
Sarah Machado, que foi aprovada em Química, no vestibular 2016.2, também foi prejudicada pela greve. "Estou super chateada porque já era pra eu estar em sala de aula". Já estudante de Serviço Social, Amanda Silva, ressalta que muita gente foi prejudicada durante a greve, até mesmo tendo que deixar a cidade. "Conheço um numero significativo de alunos que tiveram que cancelar o aluguel e voltar para o Interior. Alguns tiveram que achar uma outra atividade para não ficar em casa ocioso" pontuou a estudante do 7º período.
Adaptação
De acordo com o reitor da Uece, Jackson Coelho Carvalho, o novo calendário foi adaptado para otimizar o máximo possível do tempo. "Lamentamos a demora na negociação, mas estamos empenhados para repor todas as aulas. Ganharemos o reforço de 75 professores substitutos e 84 professores efetivos, que serão de extrema importância neste processo", afirma o reitor.
Por meio de nota, o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais do Ceará (SINTUFCE), representando a Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Cariri) e (UFCA) e Universidade da Integração Internacional Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), durante assembleias realizadas entre os dias 19 e 24 de outubro, aprovou greve por tempo determinado. A decisão é um repúdio ao Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 241/16, que limita os gastos públicos por 20 anos, altera as regras de financiamento da saúde e educação, além de prever um limite de despesas anual aos Três Poderes, Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União.
Fonte: Diário do Nordeste