Apresentada nesta quinta-feira (6) pelo Ministério da Educação (MEC), a terceira versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê que, ao fim do 1.º ano do ensino fundamental, ou seja, aos 7 anos, as crianças saibam ler e escrever. É a primeira vez que o Brasil produz o documento – considerado essencial por educadores –, que define o que os alunos devem aprender em cada ano e etapa, da educação infantil ao 9.º ano.
O texto, que segue para análise e aprovação do Conselho Estadual de Educação (CNE), define que, ao fim do 1.º ano do fundamental, os alunos devem conseguir escrever “espontaneamente ou por ditado” palavras e frases “de forma alfabética”, o próprio nome, os dos pais e o endereço completo, além de ler palavras e pequenos textos.
Atualmente, como não há base nacional no Brasil, documentos como o Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) e o Plano Nacional de Educação (PNE) apontam que as crianças devem estar alfabetizadas até o fim do 2.º ano do fundamental, isto é, até os 8 anos.
Segundo especialistas, as duas versões anteriores do texto já colocavam algumas habilidades que indicavam a alfabetização no 1.º ano, mas não de forma expressa. Na primeira versão, as habilidades esperadas para o aluno eram ler palavras e textos, “apoiando-se em imagens” e “segundo sua compreensão do sistema alfabético, ainda que não convencionalmente”. Na segunda versão, era esperado que o aluno produzisse textos “ainda que de forma não convencional ou tendo o professor como escriba”.
A consultora em educação Ilona Becskehazy avaliou como positivo colocar a alfabetização como meta para o fim do 1.º ano. “Consolida uma percepção de países que são referência em educação, de que o aluno, depois de dois anos na educação básica (desde 2016, a matrícula se tornou obrigatória para crianças de 4 e 5 anos), esteja preparado para a alfabetização. A base é uma quebra histórica de paradigma da educação brasileira.”
Fonte: Estadão