Agenda 227 apresenta propostas em defesa dos direitos de crianças e adolescentes para presidenciáveis

ASSISTÊNCIA SOCIAL
14 de junho de 2022

Uma mobilização inédita, coordenada pelo movimento Agenda 227, reuniu mais de 140 organizações da sociedade civil na construção de 148 propostas de políticas públicas para serem incorporadas pelas candidaturas à Presidência da República e implementadas no próximo governo eleito. O documento Plano País para a Infância e a Adolescência – Síntese das propostas indica medidas para enfrentar problemas históricos no campo dos direitos das crianças e adolescentes, impactos da profunda crise deixada pela pandemia do Coronavírus e outros retrocessos específicos ocorridos últimos anos e identificados pelas organizações. O documento foi enviado para os partidos na última segunda-feira (13) e apresentado em reuniões com cada uma das pré-candidaturas que aceitarem receber representantes da Agenda 227.

A partir da análise dos principais avanços e retrocessos desde 2015 até 2022 registrados nos direitos das crianças e dos adolescentes, e da criação de 22 Grupos de Trabalho, o movimento desenvolveu propostas em áreas como educação, diversidade, inclusão, saúde, enfrentamento a violências, segurança alimentar, saneamento básico, meio ambiente, cultura, esportes e lazer, entre outros.

Segundo Marcus Fuchs, que integra a equipe executiva do movimento, a iniciativa é a expressão de valores democráticos e baseada nas mais diversas experiências da sociedade civil sobre as realidades da infância e da adolescência no Brasil. O conjunto de propostas viabiliza um caminho de retomada de direitos fundamentais, conforme previsto no artigo 227 da Constituição Federal. “A Agenda 227 espera que a candidatura eleita neste ano atue com urgência pela garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes, compromisso primordial que deve ser implementado para superarmos em definitivo os problemas estruturais e retrocessos recentes que têm condenado o futuro das novas gerações e, por consequência, do próprio país”, afirma Fuchs.

Priorizar a infância e a adolescência em qualquer situação é um dever do Estado, das famílias e da sociedade, conforme estabelecido no Artigo 227 da Constituição Federal, que dá nome ao movimento. Além disso, o segmento de 0 a 18 anos é um dos mais expressivos e diversos contingentes da nossa população: são hoje 53,7 milhões de pessoas, de acordo com a Pnad 2019. Por isso, para o movimento, ter esses grupamentos etários no centro das políticas públicas garante forte potencial de impacto também para toda a sociedade, já que cuidar dos mais jovens exige um conjunto amplo de políticas públicas e a garantia de direitos básicos também para seus cuidadores: famílias, profissionais da educação, saúde, assistência, entre outros.

As propostas elaboradas pela Agenda 227 tomam como referência direitos estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), pelo Marco Legal Primeira Infância e por leis correlatas. Ao mesmo tempo, estão balizadas pelas metas previstas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O documento agora lançado traz a síntese das 148 propostas. Os Grupos de Trabalho da Agenda 227 seguem operando sobre o aprofundamento das propostas, para compor a publicação que trará metas detalhadas e quantificáveis, capazes de apontar um caminho exequível de implementação das políticas públicas pelo próximo governo. Esse material será proximamente apresentado às candidaturas e à sociedade como um todo.

Fonte: União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime)