Após cinco anos de seca no Ceará, soluções para garantir que não falte água e a relação do homem com as mudanças climáticas começaram a ser debatidas, nesta segunda-feira (6), em Fortaleza, no VIII Encontro Internacional sobre a Natureza — O2. Realizado no Centro de Eventos até quarta-feira (7) pelo Instituto Hidroambiental Águas do Brasil (Ihab), o encontro discute “Governança da Água e Segurança Hídrica para Usos Múltiplos”.

Para o secretário-executivo da Rede Interamericana de Recursos Hídricos (RIRH), Alberto Palombo, existe a dificuldade de aplicar, na prática, o conhecimento de tecnologia atual disponível. “Quando falamos em gestão da água, falamos de hidrologia, hidráulica, de águas subterrâneas. Mas não estamos integrando as habilidades que estamos adquirindo em outras campos do conhecimento”, explica Palombo, que coordenará amanhã um debate com o tema “Procurando caminhos para atingir a segurança hídrica em 2030/2050”.

Como uma das soluções possíveis, Palombo aponta a busca por aperfeiçoar a transmissão do conhecimento técnico-científico para todas as pessoas, que segundo ele, também são gestoras da água. “Inverter o paradigma do que estamos fazendo, que é partir de uma experiência passada, projetar um futuro e corrigir. Nesse aprendizado, a gente vai embutindo erros que ocorrem naturalmente pela desatualização da tecnologia e do conhecimento”, frisa.

João Lúcio de Farias, presidente da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), destaca o evento pela troca de experiências. “Ouvir como outros estados estão enfrentando crises semelhantes a que estamos passando. A nossa é bem mais longa, mas é importante ouvir como enfrentaram e buscaram alternativas para buscar soluções”, avalia.

Fonte: O Povo