Organização para a erradicação. Esse poderia ser o lema do município de Itarema, distante 237 quilômetros de Fortaleza, no que se refere ao combate ao mosquito aedes aegypti. Todos na cidade estão empenhados em não permitir os nascedouros, limpando terrenos, armazenando bem o lixo e notificando os serviços de saúde. As ações, no entanto, não são feitas de forma aleatória ou avulsas, mas sim dentro de um planejamento estratégico e de atividades bem definidas contidas no Plano Municipal de Enfrentamento e Combate ao Mosquito Aedes Aegypti, elaborado em janeiro deste ano e em pleno vigor.
As ações vão desde mobilização e informação ampla e sistemática – nas rádios da cidade, com cartazes e panfletos – até a notificação judicial de proprietários de terrenos com focos, passando por atividades específicas junto às escolas e postos de saúde, da sede e dos distritos.
De acordo com a articuladora do Selo em Itarema e Secretária de Cultura, Maria Nazirene de Aguiar, os resultados já podem ser vistos e a aceitação e a participação da comunidade surpreendem. Para se ter ideia, não foi preciso notificação judicial para nenhum proprietário do município. "Através do diálogo conseguimos conscientizar e os próprios proprietários entenderam a importância disso não só para a família deles, mas para toda a população", afirmou, ressaltando o trabalho de vistoria constante nesses terrenos e a grata surpresa de vê-los limpos. Uma vez por mês é realizada faxina geral na cidade, com mutirões unindo professores, alunos a agentes comunitários de saúde e de endemias.
O Plano Municipal instituiu também o Comitê Intersetorial de Combate ao Mosquito Aedes Aegypti – que reúne todas as secretarias – e as Brigadas nos prédios públicos municipais. Atualmente são três brigadistas, nomeados em portaria pelo Prefeito, responsáveis exclusivamente por circular nos prédios públicos, identificando e eliminando possíveis focos e orientando o funcionalismo.
Todas essas ações já repercutem na área da saúde. De acordo com o coordenador da Atenção Básica de Itarema, Geraldo Gonçalves Júnior, a procura pelos postos de saúde, com sintomas relacionados às doenças transmitidas pelo aedes aegypti tem sido menor: de janeiro até abril (dia 25), foram 23 notificações suspeitas, com 2 casos confirmados de dengue, contra 31 notificações no mesmo período do ano passado. Em 2015, foram 373 notificações e 154 casos positivos. Em todo o Estado, foram mais de 11 mil prováveis casos de dengue, segundo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Não foi registrado nenhum caso de microcefalia em Itarema. A expectativa dos profissionais da saúde do município é de que esse ano haja redução no número de casos de dengue.
Itarema é um dos municípios participantes da atual edição do Selo UNICEF Município Aprovado, já tendo sido ganhador em quatro edições passadas.
Mais informações: Nazirene Aguiar, Articuladora do Selo UNICEF – (88)99813-9240