Pedra Branca é exemplo para o Brasil no combate ao Aedes aegypti

MUNICÍPIOS
09 de maio de 2016

O município de Pedra Branca, distante 262 Km de Fortaleza, tem se destacado no controle do Aedes aegypti. Algumas ações fizeram da cidade um exemplo para o restante do Brasil, atraindo a atenção de pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz). Entre elas: Ciclos mensais de visita às casas (ciclo menor do que recomendado pelo Ministério da Saúde que é de dois meses); monitoramento ambiental por meio de Ovitrampas (armadilhas para captura de ovos de mosquitos); Laboratório Municipal para análise dos ovos de mosquitos; trabalho mecânico de eliminação de criadouros a partir da priorização do monitoramento ambiental/laboratorial e uso da Piaba Rabo de Fogo nos reservatórios sem tampa.

De acordo com o coordenador da entidade no Estado do Ceará, Fernando Carneiro, a visita permitiu ver de perto medidas simples, mas que bem planejadas podem ter alto impacto. "Indicamos Pedra Branca para apresentar seu exemplo para todos os secretários de Estado de Saúde do Brasil na Plenária do Conselho Nacional (Conass) no final de março em Brasília, o que foi muito bem recebido", comentou o gestor. A experiência bem sucedida já começa a ser implementada no município do Tauá.

Investimentos

Sobre isso, Fernando informa que a Fiocruz Ceará elaborou um Projeto de Pesquisa-Ação em parceria com o município, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), grupo de trabalho de Saúde e Ambiente e o Conass e começou a implantar um modelo de controle do Aedes inspirado na experiência de Pedra Branca. O pesquisador entende como equivocada a política de saúde pública apoiada no uso de venenos no combate ao vetor.

Para ele, é preciso encarar o desafio do saneamento ambiental no Brasil. "Vencemos o Aedes por duas vezes, mas agora, com todos os planos e como a erradicação não mais possível, qual o nosso desafio para controlá-lo?", questiona. A resposta, aponta, não está no fumacê e nem larvicida químico, mas em investimento em saneamento básico e políticas públicas que não acabem na próxima gestão municipal, como faz Pedra Branca e, agora, Tauá.

 

Fonte: Diário do Nordeste