XXI Marcha segue com a apresentação dos presidenciáveis

DEBATE
24 de maio de 2018

A programação da XXI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios teve novamente, na tarde desta quarta-feira, 23 de maio, um momento dedicado a apresentação dos pré-candidatos a presidência da República. O primeiro presidenciável a participar do painel foi o deputado federal Jair Bolsonaro retomou, diversas vezes durante o debate, questões de segurança pública, previdência, repasse de recursos aos Entes locais e a relação com o Ministério Público. Ele também descartou aumentar a carga tributária.

O parlamentar começou com uma mensagem aos prefeitos e lembrou do histórico como vereador: “Meu grande sonho é não vê-los mais aqui em Brasília porque, assim, a Federação estaria mandando os recursos diretamente e vocês não precisariam mais vir a Brasília com pires na mão”. A solução veio ao fim da fala, “extinguir o Ministério das Cidades para o dinheiro ir direto ao Município”. Segundo ele, os problemas do Rio de Janeiro são comuns a todos os outros Municípios, relativos à violência, ao saneamento básico, entre outros. Com o lema “Menos Brasília e mais Brasil”, ele afirmou que pretende explorar a “potencialidade e o povo brasileiro”.

O segundo pré-candidato a ter espaço no evento municipalista foi o presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Guilherme Afif Domingos. Ele apresentou um vídeo com sua proposta de governo nos minutos iniciais que tinha para explanar um assunto em geral. No vídeo, destacou suas principais ideias e fez algumas promessas de governo. Afif optou por apresentar o vídeo ao invés de utilizar os cinco minutos iniciais que tinha pra falar.

Ao responder a sabatina preparada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), o presidenciável fez um diagnóstico da situação política e administrativa do país. “O grande problema do Brasil hoje é a desconecção entre nação e Estado. Sou um defensor literal do voto distrital para que a representação esteja conectada com a base, conectada com o Município. Assim, a gente consegue trazer a politica para muito mais próximo de onde está o cidadão. A mudança do sistema de representação vai fazer que a própria CNM esteja envolvida nesse processo de retornar com o poder para a base. Conte conosco, eu estou absolutamente junto de vocês nessa luta”, disse.

Geraldo Alckimin foi o terceiro candidato a subir no palco principal da XXI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios e falar para mais de sete mil prefeitos. Durante sua participação, ele enfatizou que uma das primeiras tarefas deve ser a união do Brasil para que o país cresça. Em sua fala inicial, fez uma breve apresentação de seu histórico na política municipal, estadual e nacional, enaltecendo o trabalho realizado pelos prefeitos nos Municípios. “Vocês são guerreiros, são verdadeiros heróis. Quando fui prefeito era muito mais fácil. O Brasil crescia no começo da década de 70, 11% ao ano, a economia. Então, você tinha o chamado milagre brasileiro, o crescimento forte da economia. Nós tivemos nos últimos anos uma grande queda da economia, do PIB”, disse.

Alckmin citou ainda que, para o Brasil crescer, é necessário um trabalho conjunto entre União, Estados e Municípios com uma finalidade: o crescimento do País. “À medida em que o país cresça, as pessoas vão ter empregos. Não vamos conviver com 13 milhões de pessoas desempregadas e outro tanto no desalento. O Brasil crescendo, você vai ter arrecadação também. Melhora arrecadação dos Municípios, Estados e União” completou.

O ex-ministro da Fazenda do governo Michel Temer, Henrique Meirelles, foi o quarto pré-candidato a falar com os gestores municipais presentes na Marcha. Ele apresentou um discurso baseado em números e projeções da economia para tratar dos compromissos do presidente com a gestão local. Em seu projeto, terão destaque a previdência, a assistência social e a educação básica. Reconheceu que o Sistema Único de Saúde (SUS) é “uma das maiores conquistas dos brasileiros, o sistema universal, mas que precisa de recursos e qualidade”. Defendeu ainda a repactuação federativa para que os Municípios tenham “a fatia de arrecadação que merecem e proporcionar vida melhor aos brasileiros”.

O representante do partido do presidente da República defendeu sua candidatura para garantir que o “país não entre em crise, gere emprego, aumente a renda e evite a inflação suba”. Segundo Meirelles, a crise de 2016 foi a maior da história e, depois de “arrumar a casa”, será preciso continuar as reformas e aumentar a arrecadação.

Encerrando a participação dos pré-candidatos na XXI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, o principal nome do PT para as eleições presidenciais em 2018, Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta aos participantes do evento. Lido pela presidente do partido, a senadora Gleisi Hoffmann, reforçou o compromisso de buscar soluções com os governos locais e lembra a primeira Marcha, em que os prefeitos foram recebidos por cachorros no Palácio do Planalto.

Por meio da carta, Lula diz que sempre fez questão de participar das Marchas, e que em seu governo montou uma sala permanente para receber os prefeitos e orientá-los. Reafirmou ser candidato à presidência, refutou a sentença que o faz cumprir pena e afirma que pode fazer um governo ainda melhor do que fez. “O Brasil precisa resolver os seus rumos de forma democrática”, afirma, ao dizer que sua sentença deve ser definida nas urnas.

Recebida pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, Gleisi entregou uma carta de compromisso assinado por Lula. Após ler a carta, a presidente do PT fez questão de responder a perguntas apresentadas pelos municipalistas aos presidenciáveis. Por meio da interlocutora, Lula se comprometeu a receber os municipalistas em reuniões trimestrais, além de reativar a sala de atendimento a prefeitos e estabelecer um canal permanente entre a Confederação e seu gabinete, para que as reivindicações sejam apresentadas.

“No meu governo, nós aumentamos o Fundo de Participação dos Municípios. Hoje qualquer candidato que vier aqui, e disser que vai aumentar os repasses sem mudar a PEC do teto dos gastos aprovada pelo governo Temer vai estar mentindo”, disse Lula em um dos trechos da carta.

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