É por meio da língua que definimos nossa identidade, expressamos nossa história e cultura, preservamos os costumes, as tradições, a memória de nossas comunidades. Para construir o futuro por meio da linguagem, o programa IberCultura Viva e o Escritório de Representação na Guatemala da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) lançam o concurso de curtas-metragens "Comunidades Linguísticas: identidade e salvaguarda".
A iniciativa, que premiará 10 vídeos com 500 dólares cada, se inspira na resolução da Assembleia Geral da ONU que declarou 2019 como o Ano Internacional das Línguas Indígenas, para advertir sobre a perda destes idiomas e a necessidade de conservá-los e revitalizá-los. Das 7 mil línguas faladas ao redor do mundo, estima-se que 2.680 correm o risco de desaparecer. Os povos indígenas, criadores da grande maioria destas línguas, compõem um grupo de aproximadamente 370 milhões de pessoas, representando 5 mil culturas diferentes em 90 países.
Os vídeos devem ter duração mínima de 1 minuto e máxima de 3 minutos, incluindo os créditos iniciais e finais. Devem ser dirigidos ao público em geral, com classificação indicativa livre, e podem pertencer a qualquer gênero audiovisual (documentário, ficção, animação, jornalístico, entre outros). Caso não utilize as línguas espanhola ou portuguesa, os vídeos devem vir acompanhados da tradução, anexada ao formulário de inscrição.
O objetivo do concurso de curtas-metragens é selecionar vídeos que reflexionem sobre a situação e as problemáticas das comunidades linguísticas, para sua construção de identidade e salvaguarda como direitos culturais, e que valorizem seus aportes para a constituição, a promoção e o desenvolvimento da cultura ibero-americana. As comunidades linguísticas devem ser entendidas como o conjunto de pessoas que possuem, reconhecem e utilizam um idioma comum, seja num espaço territorial, social ou cultural específico.
Inscrições
O prazo de inscrições estará aberto até 21 de fevereiro de 2019. As postulações serão realizadas pela plataforma Mapa IberCultura Viva, onde estarão disponíveis o formulário de inscrição e um campo para incluir o link do vídeo, que deverá estar em alguma plataforma de divulgação gratuita, como Vimeo ou YouTube. As pessoas que quiserem participar do concurso devem se registrar na plataforma como agentes individuais e depois fazer a inscrição.
Brasileiros devem buscar em "Editais" (na parte superior da tela) o arquivo que aparece com o título em português. Já estrangeiros de países membros do programa devem inscrever-se onde está o título do concurso em espanhol. O concurso é destinado a pessoas maiores de 18 anos dos países membros do programa IberCultura Viva: Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, Guatemala, El Salvador, Espanha, México, Peru e Uruguai.
Seleção
A seleção das obras audiovisuais levará em conta critérios como originalidade temática e criatividade, assim como sua adequação ao tema. Contarão pontos os trabalhos que reflexionem sobre práticas de identidade das comunidades linguísticas, enfatizem boas práticas para a salvaguarda, fomentem mensagens de respeito pela diversidade e o desenvolvimento intercultural, propiciem a ruptura de estereótipos discriminatórios e apresentem grupos prioritários (mulheres, jovens, crianças, migrantes). Os vídeos realizados por membros de povos indígenas ou por mulheres serão considerados com maior pontuação.
A Comissão de Avaliação será composta por uma pessoa do Escritório de Representação na Guatemala da UNESCO e representantes de comunidades linguísticas de três países membros do Conselho Intergovernamental, indicados pelos Representantes nos Países dos Programas e Iniciativas (REPPI) que participam do IberCultura Viva.
Edições anteriores
Este é o terceiro concurso de audiovisuais promovido por IberCultura Viva. Em 2016, o programa lançou o Concurso de Videominuto "Mulheres: culturas e comunidades", buscando dar visibilidade ao aporte fundamental das mulheres para a cultura e organização comunitária, enfrentando atitudes e estereótipos discriminatórios que contribuem para a desigualdade de gênero e a violência.
Em novembro de 2017, foi a vez do Concurso de curtas-metragens "Comunidades Afrodescendentes: Reconhecimento, Justiça e Desenvolvimento", lançado em parceria com o Escritório de Representação no Brasil da UNESCO, como uma das atividades da Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024), declarada pelas Nações Unidas em 2015.
Fonte: Ministério da Cultura