Programa Cisternas ganha prêmio internacional

DESENVOLVIMENTO SOCIAL
24 de agosto de 2017

O Programa Cisternas, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), conquistou, nesta semana, o segundo lugar no Prêmio Internacional de Política para o Futuro 2017, da organização alemã World Future Council em parceria com a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação.

A Etiópia ganhou a premiação como melhor política do mundo. O programa brasileiro e a China conquistaram o prêmio prata. Já Austrália e Jordânia, o bronze. No total, 27 iniciativas de 18 países – selecionadas por um grupo de organizações internacionais e especialistas em políticas públicas – concorreram na 10ª edição do prêmio. A cerimônia de entrega será promovida em setembro em Ordos, na China.

O ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, comemorou a premiação. As cisternas, afirmou ele, são um instrumento importante para o estímulo ao desenvolvimento e garantia de dignidade às pessoas que vivem nas regiões mais secas do país.

“Este prêmio internacional reconhece a importância do programa para as famílias que vivem em áreas com poucas chuvas. As cisternas são fundamentais para a sobrevivência dessas pessoas, para impulsionar a pequena produção e para diminuir a pobreza. Assim, o agricultor fica no campo e consegue melhorar a qualidade de vida de sua família”, ressaltou.

O Programa Cisternas promove o acesso da população mais pobre à água de qualidade para o consumo humano e a produção de alimentos. As cisternas são soluções simples para captar e armazenar a água da chuva durante os períodos de seca.

Ao todo, o governo federal já entregou mais de 1 milhão de tecnologias sociais de acesso à água, sendo 877 mil cisternas de placas para o consumo humano, 143 mil para a produção de alimentos e 4 mil cisternas escolares. O programa é executado pelo MDS em parceria com governos estaduais, municipais, consórcios públicos municipais e organizações da sociedade civil.

Água de qualidade

As cisternas transformam a vida de agricultores familiares como a do cearense José Océlio Almeida, de 54 anos, que mora em Banabuíu, município a 215 quilômetros de Fortaleza. A situação da família dele mudou quando o reservatório foi construído no quintal da casa.

Hoje, seu José Océlio tem água de qualidade para beber e produzir alimentos onde antes era só terra seca. “A gente não tinha canteiro. Agora, produzimos couve e alface. A cisterna é uma coisa segura. Se a chuva faltar, a gente já tem onde botar água dentro e depois aguar as plantas”, conta. O sonho do agricultor é cultivar mais alimentos. “Quero plantar um bocado de bananeira e todo tipo de verdura. Quando o ‘cabra’ olhar vai dizer ‘vixe, ali tem um oásis no meio do Nordeste’”.

Saiba mais

A cisterna para consumo humano é projetada para suprir necessidades básicas (beber, cozinhar e higiene pessoal) de uma família de até cinco pessoas por oito meses, o período normal de estiagem no Semiárido. É uma tecnologia social – um conhecimento desenvolvido e compartilhado na própria comunidade –, simples e de baixo custo, que capta a água da chuva. Trata-se de um reservatório de alvenaria que armazena a água da chuva captada por um sistema de calhas interligado a ela, instalado no telhado.

O Programa Cisternas também apoia a construção de tecnologias sociais de acesso à água para ampliar as condições das famílias agricultoras produzirem alimentos para o autoconsumo e também para a comercialização de excedentes em feiras locais ou nos programas de compras institucionais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Fonte: MDS

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