Setembro Verde inicia com 1.047 transplantes realizados no Ceará

SAÚDE
02 de setembro de 2016

Pela primeira vez na história, o Ceará inicia o mês das doações de órgãos e tecidos com mais de mil transplantes realizados no ano. A marca de 1.047 transplantes no Estado em 2016 reveste de significado a celebração do Setembro Verde, referência à cor do laço símbolo mundial da doação de órgãos e tecidos para transplantes. Em 2015, quando foi estabelecido o recorde de 1.433 transplantes no ano, o mês de setembro começou com 915 transplantes realizados entre janeiro e agosto. Os 386 transplantes que faltam para igualar o número do ano passado prenunciam mais uma superação de recorde no Ceará em 2016. Em relação ao ano passado, no período de janeiro a agosto, é maior o número de transplantes de coração, pulmão, medula óssea e córnea em 2016. Este ano já são 168 transplantes de rim, 23 de coração, 128 de fígado, 3 de pâncreas, 55 de medula óssea (38 autólogos e 17 alogênicos), 663 de córnea e 7 de esclera.

Esses resultados foram possíveis devido em grande parte ao crescimento das notificações de potenciais doadores e à diminuição dos não doadores. De acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), no primeiro semestre de 2015 o Ceará fez 260 notificações de potenciais doadores e 293 no mesmo período deste ano, incremento de 12,7%. Entre as causas da não concretização das doações, as recusas familiares diminuíram de 43% de 150 entrevistas realizadas em 2015 para 38% de 186 entrevistas com famílias de potenciais doadores em 2016. Com isso, a projeção de doadores efetivos saltou de 19,0 por milhão da população/ano (pmp/ano) em 2015 para 24,3 pmp/ano em 2016, proporção maior que a registrada em todo o ano passado, de 23,5 pmp/ano.

Solidariedade

O Brasil tem hoje o maior sistema público de transplantes do mundo, no qual cerca de 95% dos procedimentos e cirurgias são feitos com recursos públicos. O Ceará, anualmente, fica entre os Estados que mais realizam transplantes de órgãos no país, com recordes sucessivos. Além do elevado nível de especialização e excelência das equipes transplantadoras no Ceará e do trabalho das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs), um dos principais fatores que contribuem para o crescimento no número de transplantes é a solidariedade característica dos cearenses. Para ser um doador não precisa deixar mais nada por escrito. Basta avisar a sua família sobre a vontade de doar e ajudar a salvar vidas.

O processo de doação começa com a identificação e manutenção dos potenciais doadores. Para doar não precisa deixar nada registrado na carteira de identidade. Basta falar para a família da vontade de doar. Nos hospitais, o profissional da CIHDOTT realiza avaliação das condições clínicas do potencial doador, da viabilidade dos órgãos a serem extraídos e faz entrevista para solicitar o consentimento familiar da doação dos órgãos e tecidos.  Em seguida, os médicos comunicam à família a suspeita da morte encefálica, realizam os exames comprobatórios do diagnóstico, notificam o potencial doador à Central de Transplantes, que repassa a notificação à CIHDOTT. Nos casos de recusa da doação, o processo é encerrado.

Central de Transplantes

O Ceará tem 62 hospitais notificantes de potenciais doadores, públicos, privados e filantrópicos, cadastrados no Ministério da Saúde. Das 18 Comissões Intra-Hospitalares formalizadas no Estado, 14 delas funcionam em Fortaleza, duas em Sobral e duas no Cariri. As UPAs 24 horas também fazem a notificação de potenciais doadores de órgãos e tecidos através dos hospitais notificantes. A Central de Transplantes do Ceará funciona 24 horas, sete dias por semana, na sede da Secretaria da Saúde do Estado, e coordena as atividades de transplantes no âmbito estadual, tendo como principais responsabilidades regular a lista dos receptores de órgãos e tecidos, receber notificações de potenciais doadores com diagnóstico de morte encefálica e articular a logística que torna a cirurgia de transplante possível.

A realização de transplantes ou enxerto de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano só poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, público ou privado, e por equipes médico-cirúrgicas de remoção e transplante previamente autorizadas pelo órgão de gestão nacional do Sistema Único de Saúde. O Ceará tem 40 centros transplantadores, entre públicos e privados, em Fortaleza (37), Sobral, Crato e Barbalha. Da rede pública estadual, são centros transplantadores o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes (HM) e o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce). O HGF ainda mantém o  único público no Ceará, referência na captação, preservação e distribuição de córneas para os centros transplantadores de Fortaleza.

Fonte: Governo do Estado.

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